Flexibilidade Cognitiva
A capacidade de interpretar situações, eventos sob diversos pontos de vistas e perspectiva revela a flexibilidade cognitiva de um indivíduo, o qual busca diante de uma mesma situação respostas alternativas, fazendo interpretações com base nas suas experiências pessoais ou crenças pré-estabelecidas.
Adaptar-se as situações da forma mais adequada possível, procurando diversas possibilidades de resolução para as adversidades da vida, significa ser capaz de mudar a perspectiva e ver as coisas de várias maneiras, ter respostas alternativas, através do uso da memória, percepção e pensamentos.
O indivíduo na construção muitas vezes de percepções distorcidas, tendem a interpretar as situações de forma errada, expressando assim suas ideias em relação ao mundo, as pessoas e nós mesmos de forma inadequada. Quando este apresenta rigidez de pensamento, normalmente não quer mudar, é inflexível no seu posicionamento, o que é uma maneira de proteção do self (eu), mantendo-se rígido na forma de interpretar os fatos, as situações da vida, os obstáculos e problemas.
Pessoas com posicionamentos inflexíveis, rígidos tendem a serem altamente críticas, adotam elevados padrões internos de comportamento e desempenho, o que reflete em sentimentos de pressão ou dificuldade de relaxar e em posturas críticas exageradas com relação a si e aos outros. O perfeccionismo, a utilização de princípios rígidos, intolerância a outras opiniões, querendo que prevaleça a sua, preceitos (ex. religiosos, éticos, etc) muitas vezes exagerados e até mesmo fora da realidade, são manifestações observadas. Os prejuízos são muitos, como o comprometimento em relação ao prazer, relaxamento, saúde, autoestima, realização e relacionamentos.
Os tempos modernos tem algo de muito peculiar, exigindo que o indivíduo tenha pleno domínio de si, mobilidade psíquica e afetiva, capacidade de ação e mudanças rápidas, daí a importância de se trabalhar as crenças limitadoras. Na Terapia Cognitivo-Comportamental através da reestruturação cognitiva é possível restaurar a flexibilidade cognitiva, que leva a mudança nos sistema de esquemas e crenças, permitindo que a pessoa aprenda a avaliar os eventos de maneira mais realista, sem tantas distorções. Analisar as situações, os problemas ou os desafios de ângulos diferentes, levam a novas interpretações, conclusões e soluções, possibilitando melhor adaptação ao meio, pois os pensamentos mais adequados às situações resultam em emoções e ações mais eficazes.
O indivíduo quando estrutura suas experiências de forma absolutista e inflexível distorce significados e provocam sofrimentos pessoais. Estar aberto a mudanças, a diferentes ideias, possibilita mudanças na parte cognitiva e para isto o uso da plasticidade cerebral (remodelar em função das experiências, conforme necessidades e fatores do meio) e da flexibilidade cognitiva é fundamental, incitando e desafiando pensamentos disfuncionais.
As mudanças hoje são constantes e rápidas, a inflexibilidade interfere na nossa adaptação, prejudica as relações interpessoais (amizade, no seio familiar, amorosa, profissional, etc), levando a desentendimentos, conflitos muitas vezes irreparáveis. Para uma adaptação, integração e convivência familiar, social e profissional positiva, ser flexível em relação as nossas crenças e comportamento faz a diferença.