Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
Este transtorno caracteriza-se pela presença de obsessões e/ou compulsões recorrentes, que são pensamentos, ideias ou imagens que invadem a consciência do indivíduo, causando intensa ansiedade ou sofrimento. O transtorno obsessivo-compulsivo é facilmente identificado como “Manias”, sendo que seu curso geralmente é crônico, com sintomas variando em intensidade e, quando não tratado, se mantém por toda a vida, sendo rara sua remissão completa.
O TOC se divide em obsessões e compulsões, sendo que a obsessão são pensamentos intrusivos, que tomam conta da mente e permanecem constantes. As compulsões são definidas por comportamentos repetitivos, rituais, em que o indivíduo se sente obrigado a fazer em resposta a uma obsessão, como forma de aliviar a ansiedade. Exemplos:
- Limpeza. Medo de contaminação. A pessoa fica avessa à sujeira de uma forma muito exagerada e passa a limpar, lavar, desinfetar tudo o que acha que possa estar sujo, de forma exagerada.
- Repetição. Repete certo número de vezes o mesmo comportamento. Por exemplo para chegar até a porta ela sente que tem que dar cinco passos, se não der os cinco passos sente compulsão a voltar e fazer novamente até estar correto.
- Verificação. Passa horas verificando se as coisas estão da forma que ela considera ideal, nos lugares certinhos.
- Acúmulo. Mania de acumular coisas inúteis até mesmo quebrados e sujos. Tem gente que guarda lixo em casa de forma a não sobrar espaço para passar pelos corredores.
- Ordem e simetria. As coisas tem que estar na ordem que a pessoa considera a correta, ou tudo simétrico. Exemplos: Se ela tomou um gole de água vai ter que tomar outro só para formar um número par, se passou pela porta os ombros tem que estar alinhados com o batente.
Os rituais obsessivo-compulsivo são severos, consomem tempo e provocam significativo sofrimento, interferindo nas rotinas diárias do indivíduo, comprometendo as atividades ocupacionais, relações sociais ou familiares, pois o indivíduo não consegue ter controle da sua própria mente, não consegue parar de manifestar um comportamento mesmo que considere sem propósito ou absurdo.
É considerado um transtorno mental grave, os sintomas iniciam geralmente ao final da adolescência (muitas vezes ainda na infância), sendo raro seu início depois dos 40 anos. Há fortes indícios de que fatores biológicos e a incidência familiar (hereditariedade) tornam determinados indivíduos mais propensos a desenvolverem o transtorno. No aspecto psicológico, aprendizagens errôneas, crenças distorcidas e pensamentos de natureza catastrófica estão presentes na maioria dos portadores do TOC e parecem desempenhar um papel importante no surgimento e na manutenção dos sintomas. Os sintomas característicos são:
- alterações do comportamento: rituais ou compulsões, repetições, evitações;
- alterações dos pensamentos: obsessões como dúvidas, preocupações excessivas, pensamentos de conteúdo impróprio ou “ruim”;
- alterações das emoções: medo, desconforto, aflição, culpa, depressão.
A Terapia Cognitivo-Comportamental, conforme a avaliação da origem e dos fatores que mantém o transtorno tem como objetivo levar o indivíduo a correção de crenças e pensamentos distorcidos, além da redução dos comportamentos ritualizados através de estratégias de enfrentamento.
