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Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDAH) em Adultos



O frequente comportamento de desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade é o que caracteriza o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, causando significativos comprometimentos na vida acadêmica, profissional, afetiva e social do indivíduo. Estudos indicam que em crianças diagnosticadas com o transtorno, em média 67% permanecem com os sintomas quando adultos, por isto a avaliação precoce e a busca de tratamento apropriado reduz significativamente os sintomas.


O transtorno de déficit de atenção ou hiperatividade é uma condição neurobiológica, Barkley (1997) afirma que estudos diversos utilizando técnicas de neuro-imagem revelam um comprometimento do lobo frontal e de estruturas subcorticais com ele relacionadas. O TDAH tem sido visto como um transtorno que acomete as funções executivas, sendo estas entendidas como uma gama de processos cerebrais essenciais para a capacidade de planejamento, organização e inibição do comportamento (Barkley, 1997; Biederman e cols., 2006; Rohde & Mattos, 2003).


Em adultos a presença do TDAH muitas vezes aparece como uma doença camuflada, sendo os sintomas mascarados, manifestando problemas de relacionamento afetivo e interpessoal, de organização, problemas de humor, abuso de substâncias, sendo difícil e complexo o diagnóstico, podendo com isto ficar sem tratamento se não for claramente identificado.


Os critérios para diagnóstico do TDAH, conforme o DSM-IV (APA, 1994) e o DSM-IV-TR (APA, 2002, 2003), apresentam a distinção dos critérios de desatenção, hiperatividade, impulsividade e critérios gerais, sendo estes baseados principalmente em manifestações infantis.

- Critérios de Desatenção

1 – Com frequência não presta atenção em detalhes e erra por omissão em atividades escolares, de trabalho ou outras;

2 – Frequentemente manifesta dificuldade para manter a atenção em tarefas;

3 – Com frequência não segue as instruções e não conclui seus deveres escolares, atividades domésticas ou profissionais (não por falta de capacidade de compreender as instruções ou não querer);

4 – Frequentemente se esquiva, reluta no envolvimento de tarefas que exijam um esforço mental continuo;

5 – Frequentemente some coisas necessárias para suas atividades;

6 – Com facilidade se distrai por estímulos alheios à sua tarefa;

7 – Frequentemente se esquece das atividades diárias.

- Critérios de Hiperatividade

1 – Com frequência demonstra agitação com as mãos e os pés e fica se remexendo na cadeira;

2 – Frequentemente sai da sua carteira em sala de aula ou em outras situações em que se espera que fique sentado;

3 – Com frequência escala em demasia, em situações impróprias (em adolescentes e adultos, pode se limitar a sensações subjetivas de inquietação);

4- Apresenta frequentemente dificuldade de brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer;

5 – Com frequência esta “a mil”, ou como se estivesse “a todo vapor”;

6 – Frequentemente fala em demasia.

- Critérios de Impulsividade

1 – Com frequência emite respostas precipitadas antes que tenham sido reformuladas completamente as perguntas;

2 – Frequentemente tem dificuldade de esperar a sua vez;

3 – Com frequência interrompe ou se intromete em assuntos alheios.

- Critérios Gerais

1 - Alguns dos sintomas de desatenção ou hiperatividade-impulsividade estavam presentes antes dos sete anos de idade;

2 – Presença de seis (ou mais) sintomas de desatenção e/ou seis (ou mais) sintomas de hiperatividade-impulsividade, que persistiram por pelo menos seis meses, em grau mal adaptativo, e inconsistente com seu nível de desenvolvimento;

3 – Algum comprometimento causado pelos sintomas está presente em dois ou mais contextos (por exemplo, na escola, no trabalho e em casa);

4 – Deve haver clara evidencia de prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional;

5 – Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o transcurso de outros transtornos: Transtorno Global do Desenvolvimento, Esquizofrenia ou outro Transtorno Psicótico, Transtorno de Humor, Transtorno Dissociativo, Transtorno de Ansiedade, nem são bem explicados por esses outros transtornos mentais.

Nos estudos com adultos que apresentam o diagnóstico de TDAH, foi identificado diversos de sintomas como:

- Manifestam dificuldades com relações afetivas instáveis (separações, divórcios);

- Demonstram instabilidade profissional que persiste ao longo da vida;

- Incapacidade para manter a atenção por um período longo;

- Desempenho abaixo de suas reais capacidades no trabalho e na profissão;

- Desorganização (carente de disciplina);

- Falta de capacidade para estabelecer, cumprir uma rotina;

- Pouca capacidade para cumprir o que se comprometem;

- Esquecimentos, perdas e descuidos importantes;

- Dificuldades para pensar e se expressar com clareza;

- Tendência a atuar impulsivamente e interromper os outros;

- Frenquentes acidentes automobilísticos devida à distração;

- Frequente consumo de álcool e abuso de substância;

- Depressão e baixa autoestima.

Existem sintomas que ainda necessitam de um maior estudo e são colocados por Mattos (2003), os quais devem aparecer de forma exacerbada como:

- Sonolência diurna (dormir como uma pedra);

- “Pavio curto” (mistura de impulsividade e irritabilidade);

- Necessidade de ler mais de uma vez para “fixar” o que leu;

- Dificuldade de levantar de manhã, de se “ativar” no início do dia;

- Adiamento constante das coisas;

- Mudança de interesse o tempo todo;

- Intolerância a situações monótonas e repetitivas;

- Busca constante por coisas estimulantes ou diferentes;

- Variações frequentes de humor.

O tratamento do TDAH envolve uma abordagem múltipla, com intervenções psicossociais e psicofarmacológicas, sendo que o uso de medicação pode ter a necessidade de cuidados contínuos indefinidamente, sempre acompanhando à resposta à medicação e à adesão ao tratamento, com objetivo de diminuir a impulsividade e estabilizar o humor.


A eficácia da Terapia Cognitivo-Comportamental no tratamento de adultos diagnosticados com o TDAH, esta no trabalho de psicoeducação relacionado ao transtorno, no manejo dos sintomas e na adesão ao tratamento medicamentoso (Grevet, Abreu & Shansis, 2003; Knapp e cols., 2002; Rohde & Halpern, 2004; Rostain & Ramsay, 2006; Segenreich & Mattos, 2004; Wender e cols., 2001). É importante mencionar que só o tratamento farmacológico pode ser insuficiente para grande parte dos adultos, daí a necessidade da psicoterapia para a aceitação da patologia e no desenvolvimento de novas habilidades, visando reduzir os prejuízos relacionados ao transtorno, podendo com isto fazer com que os sintomas residuais possam ser amenizados.


  • Maria Aparecida Nogueira Lacerda Almeida                                                   Psicóloga Clínica - CRP 20210/05

 

Psicóloga graduada pela FUMEC – BH. Especialista em Psicoterapia Cognitiva Comportamental pelo Centro Universitário de Araquarara – UNIARA – SP e Psicologia Empresarial pela Universidade Católica de Petrópolis. Atua no atendimento psicológico a adolescentes e adultos. 

 

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